Mais de 70 mil estabelecimentos comerciais que antes atuavam apenas com locais físicos entraram para o mercado de e-commerce nos últimos 3 meses. É o que mostra o levantamento da Visa Consulting & Analytics, braço de consultoria da Visa, comparando os meses de abril, maio e junho de 2020 com o mesmo período em 2019. Supermercados e postos de gasolina foram os que registraram maior aumento, 373% e 407% respectivamente.
“O segmento de postos de gasolina teve um crescimento expressivo por conta das inovações mais recentes lançadas no mercado, como aplicativos que permitem que o motorista efetue o pagamento sem precisar sair do carro. E o aumento em supermercados pode ser influenciado pelo aumento do uso de apps de entrega e delivery”, avalia por nota Oscar Pettezzoni, diretor da Visa Consulting & Analytics.
A pandemia trouxe novos comportamentos, entre eles o ato de pedir comida por delivery e fazer compras online de roupas e eletrônicos, entre os setores de maior crescimento estão os restaurantes de fast food e lojas de departamentos. Outro setor que cresceu com a migração para o ambiente online foram os postos de gasolina, isso se dá por conta da alta em plataformas de pagamento por aplicativos, facilitando o ato sem que o motorista precise sair do carro.
Segundo Pettezzoni houve uma grande “influência da pandemia na transformação digital das empresas: os números mostram resultados diretos desse movimento em suas vendas, além do ganho em benefícios como aumento da segurança, expansão da clientela e praticidade”.
No âmbito econômico, o faturamento de empresas que trabalham em ambiente online dobrou, foram movimentados R$ 115,3 bilhões em 2020, com 122% de crescimento em comparação com o mesmo período no ano passado, segundo dados da Câmara Brasileira da Economia Digital e da empresa Neotrus.
É uma ótima notícia para o varejo, já que esse tipo de comércio representa 8,6% do total no país, de acordo com dados de outubro. A expectativa de empresários e especialistas do setor é que o desempenho do comércio digital se mantenha acima de níveis pré-pandemia no médio e longo prazo.
“O desempenho das grandes está relacionado, também, ao das pequenas, já que muitas empresas menores utilizaram a estrutura digital das grandes varejistas”, diz Kelly Carvalho, economista da FecomercioSP em entrevista para a agência Folhapress.
