Covid-19 não foi obstáculo em 2020 para as novatas que se adaptaram e trouxeram soluções.
A pandemia por Covid-19 tem sido para muitas empresas um obstáculo que às vezes é insuperável e diversos setores tiveram problemas graves com o aumento da crise causada pelo vírus. Porém há uma luz no fim do túnel que se chama inovação e não dá para falar sobre inovar no mercado sem falar das startups, são elas que estão conseguindo encontrar soluções sustentáveis para a crise e mantendo investimentos vivos na economia mundial.
O ano de 2020 foi talvez o melhor da história para o setor de startups e isso pode ser comprovado pelos dados da empresa Distrito, que rastreia o ecossistema brasileiro de inovação. De acordo com o radar da Distrito, ocorreram cerca de 100 aquisições de startups entre janeiro e setembro, número que já supera os anos anteriores de 2018 e 2019.
Estas startups receberam no ano passado uma quantidade histórica de investimentos diretos, foram mais de 300 cheques, superando o recorde de 2017 (263), com um volume de aportes que chega a US$ 2,2 bilhões. Todo esse investimento também foi acompanhado pelo surgimento de novas startups no mercado, que trouxeram mais inovação e soluções para o ecossistema.
Em uma entrevista recente para o jornal O Estado de São Paulo, o presidente executivo da Distrito, Gustavo Araújo, explicou porque espera que esse crescimento continue no ano de 2021.”Só não estamos maiores em volume porque os investidores ficaram cautelosos no início da pandemia, mas a recuperação é em V, setembro (2020) foi um mês muito forte”, conta Araujo.
Quando a pandemia teve início e a crise começou em março de 2020, os investimentos foram bruscamente reduzidos, representando uma queda de 85% no total daquele mês, a ideia dos investidores era manter uma sobrevida de seu portfólio de startups, sem se arriscar com novas oportunidades. Porém em junho começaram a ocorrer mudanças novamente graças às milhares de startups que surgiram com inovações em meio à crise, tendo setembro de 2020 como o melhor mês, ultrapassando o número de US$ 843 milhões em investimentos.
Um dos principais fatores de resistência das startups que diferenciou a ação desse setor em relação ao mercado tradicional foi a resiliência entre elas. Acostumadas com mudanças rápidas e ao uso de ferramentas digitais, além de fácil adaptação ao modelo home office, startups encontraram rapidamente um caminho sustentável diante do crescimento da pandemia, se adaptando.
Essa adaptação à crise foi percebida pelas grande empresas que utilizam as soluções digitais das startups como forma de acelerar seu processo de adaptação, inovando na estratégia de inovação. as grandes empresas viram nas startups uma forma de se digitalizar e de acelerar suas estratégias de inovação.De acordo com o CEO da incubadora Fábrica de Startups, Hector Gusmão, “as startups foram vistas como um canal de soluções para os desafios das grandes empresas e para os problemas que a sociedade estava enfrentando”.
Essa relação entre as grandes empresas e as startups é o caminho sem volta do mercado, muitas das grandes empresas perceberam nas startups uma forma de se adaptar facilmente aos percalços da pandemia.
Segundo uma pesquisa do Sebrae, houve uma queda de faturamento em 87% dos pequenos negócios convencionais, enquanto as startups foram afetadas em 68%, porém no setor de inovação e tecnologia houve um aumento de 13%, isso por conta da busca pelos serviços dessas empresas na mudança de comportamento e adaptação à crise buscada pelas gigantes do mercado.
Outro dado importante é que todo esse crescimento gerou emprego para 16% das startups, mostrando mais um número positivo diante da crise.